Leo Faria: Fotografia emoldurada é fotografia viva.

O Street Style entrou na vida do fotógrafo mineiro Leo Faria por acaso, durante uma viagem de férias para Nova Iorque que foi programada propositadamente na semana de moda.

 

O Street Style entrou na vida do fotógrafo mineiro Leo Faria por acaso, durante uma viagem de férias para Nova Iorque que foi programada propositadamente na semana de moda. A ideia era apenas sentir o clima da cidade, aquela atmosfera peculiar e fascinante do universo da moda. “Não tinha pretensão nenhuma de fazer fotos de Street Style, aliás, eu nem mesmo sabia da existência. E lá, acabei me deparando com profissionais do mundo todo, fotografando as ruas freneticamente, não tive dúvida, saí fotografando”. Leo fez tudo de forma intuitiva, por impulso, e ao contrário do que se imagina, a reação dele gera curiosidade. Sabe qual foi a sua conclusão após essa experiência única? “Não quero isso para a minha vida profissional”. Pasmem, quase impossível de acreditar, mas as suas referências de moda eram outras e uma linguagem tão nova acabou sendo rejeitada inicialmente por ele.

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“A moda sempre foi baseada em imagens mais construídas, artificializadas por iluminações complexas e criações com concepções conceituais. Muito embora eu não me prenda a referências, busco me aprofundar pouco nas pesquisas para evitar me contaminar, o que certamente limitaria minha intuição no processo criativo. Tinha como imagem de moda o que era produzido por fotógrafos como: Richard Avedon, Helmult Newton, Patrik Demarchelier, Peter Lindbergh, Annie Leibovitz, Tim Walker, David Lachapelle, Steven Klein, Inez & Vinoodh, entre muitos”, afirma.
 

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Coincidência ou destino, após essas férias em Nova Iorque, o Street Style perseguiu Leo de forma incansável. Na temporada de moda seguinte ele apenas não voltou aa Nova Iorque, como para Londres, Milão e Paris. Mesmo assim, o fotógrafo evitava se associar demais a esse movimento, não autorizava a inclusão dos seus créditos nas fotos. “Cheguei até a pensar em criar um codinome para as minhas fotos de Street Style, mas não fui adiante com essa ideia. Então, as semanas de moda no início eram uma válvula de escape e uma diversão, um hobby associado a férias. “O tempo logo provou que estava cometendo um erro. Quando percebi, as pessoas queriam as minhas fotos de Street Style e faziam questão de me creditar ainda que eu não quisesse. As marcas começaram a me procurar querendo exatamente fotos com linguagem de Street Style, uma ironia que rapidamente compreendi e converti a meu favor. E foi nesse momento que de fato o Street Style fez uma marca profunda na minha carreira e me permitiu colaborar em revistas e projetos internacionais”, conclui.

Street Style
 
Hoje, Leo Faria é reconhecido como o fotógrafo brasileiro que conquistou o Street Style internacional, é especialista nesse tipo de imagem e vem se dedicando a registrar esse universo. Já recebeu o Prêmio Abril de Jornalismo de Melhor Fotografia de Moda.

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O Street Style é como no nome propriamente dito: estilo de rua, a moda que vem das cidades, das pessoas, independente de classe social, cultura ou etnia, e não apenas  das marcas famosas ou semanas de moda.  É uma tendência que aos poucos vem ganhando espaço.

Conversamos com o fotógrafo Leo Faria sobre sua carreira, moda e a conexão da fotografia com a moldura. Confira a entrevista!
 
1.  A moldura completa a decoração. Na sua opinião, além disso, como você traduz a moldura?

A moldura, muito além da função estética incontestável, tem uma função fundamental que é a de proteger. Eu não conheço outra forma mais eficiente e durável de proteger uma obra exposta do que a moldura. Entram e saem modismos, como o fechamento com caixa de acrílico ou o mais recente, o metacrilato, mas todos acabam se mostrando formas ineficientes e pouco duradouras que por fim, colocam em risco a obra.
 
2. Os quadros lá na parede são a memória viva dos momentos ou aquela fantástica obra de arte. Para você, qual é a importância da fotografia para realçar a moldura?

É tudo e mais um pouco. Os quadros na parede falam por nós, remontam nossa história e escancaram nossas preferências, sejam por memórias emolduradas ou obras colecionadas. Não acho que a fotografia ou a obra realçam a moldura, na verdade, considero o inverso, por isso, tenho muito cuidado ao escolher a moldura que irá abrigar o meu trabalho ou mesmo as minhas memórias e obras que coleciono.
 
3.  Como você avalia a conexão entre a fotografia e a moldura? Essa mágica que fascina tanto!

Esse é o termo mais correto para sintetizar tudo – MÁGICA. Quando emolduro uma foto ou mesmo uma obra, o processo que me leva até o quadro acabado é mágico e muito envolvente. É preciso se debruçar sobre as muitas molduras existentes como em um quebra cabeças, encontrar a peça que se encaixa!
 
4. Sabemos que as fotos exercem um efeito mágico na vida das pessoas. Qual o trabalho considerado mais importante na sua carreira que você desejaria emoldurar?

Não passo vontade (risos). Não há uma foto minha que eu goste ou que tenha importância para minha carreira que não esteja emoldurada e costumo emoldurar mais de uma vez porque sempre surge alguém querendo.  

5.  Fotografias, assim como molduras, ocupam um lugar de destaque no ambiente. Qual a sua visão sobre o mercado de decoração de interiores para a fotografia e a moldura?

Conheço pouco do mercado de decoração de interiores, mas há uma crescente utilização da fotografia como suporte de linguagem para a Arte Contemporânea e esse mercado tem crescido muito, e imagino que isso se deva em grande parte ao interesse das pessoas em usar a fotografia e a arte para decorar, além claro, de colecionar. 
 
6. Hoje podemos colocar foto em tudo. Para onde caminhará o futuro da fotografia?

Confesso que nunca parei para refletir sobre o futuro da fotografia. Talvez a minha paixão pela fotografia me impeça de pensar nela tão racionalmente, mas algo é evidente, a fotografia cada vez mais entra no universo das pessoas. A fotografia digital e a inclusão de câmeras nos celulares permitiram as pessoas fotografarem a todo momento, o que sinto é que essas fotos digitais não impressas caem no esquecimento, e muitas vezes se perdem, espero que logo as pessoas se deem conta disso e voltem a imprimir e materializar as fotos. Eu acho que não há nada melhor do que uma foto impressa.

7.  Fotografia já é uma celebração. Por que a fotografia de moda exerce tanto fascínio?

Posso falar por mim, mas imagino que a fotografia de moda deve tocar as pessoas de modos diferentes. As imagens muito bem elaboradas, sofisticadas associadas a originalidade e criatividade dos designers da moda, parece-me ser o que mais encanta e há ainda o fato dessas imagens nos remeterem ao futuro ou ao passado, isso gera ainda mais encanto. Agora há um declínio evidente que me preocupa na fotografia de moda atual, que parece ter surgido com o advento da fotografia digital e a pós-produção em softwares de edição de imagens que banalizaram a produção profissional e que bombardeiam as pessoas com imagens sem grande relevância.  Por outro lado, a produção profissional e o excesso de referências que se busca antes da criação fazem com que tenhamos mais do mesmo que já vimos há tempos, impede que muitos imprimam o nosso tempo e a nossa realidade nas fotografias atuais.   
 
9. No final do ano passado, você visitou a fábrica da Moldurarte. Como foi a sua percepção sobre o processo que envolve a fabricação das molduras?

Foi uma enorme surpresa. Jamais seria capaz de imaginar tamanha grandiosidade e complexidade. Fiquei muito impressionado e orgulhoso de saber que o Brasil tem uma das maiores e mais importantes fábricas de molduras do mundo. 
 

 

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